Quando refletimos e falamos do mundo feminino é inevitável não pensar na pressão que a sociedade impõe em cima de nós, mulheres. A cobrança na vida profissional, amorosa, maternidade, beleza e vida doméstica são inúmeras.
Já parou para pensar que sempre tem alguém para dar uma opinião? É doloroso quando essa opinião não solicitada vem de outra mulher, porém precisamos entender que a culpa não é necessariamente dela. Afinal, vivemos em uma sociedade totalmente desigual. Ao invés de julgar, por que não tentamos conversar? Lembrando que para falar, também precisamos ouvir as ideias e crenças da outra pessoa.
Por isso estamos aqui, o propósito desse post é refletirmos sobre os nossos direitos, o que devemos fazer para mudar e empoderar. Nosso objetivo não é apontar o dedo e julgar a vida alheia, mas sim debater, você é muito bem-vinda para refletir e comentar junto com a gente também.
Vamos lá? Para saber mais é só continuar lendo o post.
Carreira x trabalho doméstico
Se você copiar e colar esse subtítulo na internet encontrará muitos outros parecidos como “5 dicas para conciliar a família e o trabalho em casa”, “como equilibrar a vida pessoal e profissional”, “família e trabalho”, entre outros. O problema não está nesses títulos, mas sim que a maioria desses artigos são destinados para o público feminino.
Homens também possuem tarefas domésticas, homens também possuem família e vida pessoal. Então por que esses textos são a maioria destinados para mulheres? É preciso refletir que atualmente as mulheres representam apenas 45% no mercado de trabalho, segundo a FACAMP - Faculdade em Campinas, SP.
As mulheres precisam cada vez mais se sobrecarregar com trabalhos exaustivos na vida profissional e em casa, muitas delas não possuem ajuda do parceiro ou da família. A pior parte é ter que aguentar a opinião da sociedade.
Se você é uma mulher que trabalha fora de casa, te cobram mais tempo com a família, os filhos e limpar a casa. Se você é uma mulher que só trabalha em casa, no estilo home office, te cobram igual. E se você trabalha somente com tarefas domésticas, te cobram para ser mais independente financeiramente.
A verdade é que não importa o tanto que você se esforce, sempre vai ter alguém para falar o que não deve. Por isso, a opinião mais importante é a sua!
Afinal, estamos falando da sua vida profissional, da sua família e da sua casa. Quem deveria estar no comando desses setores? Você.
Empoderar não significa que você deve fazer o que os outros acham melhor, muito pelo contrário. Se você tem uma carreira e ela é a sua prioridade, continue dando prioridade a isso. Se você é dona de casa e a sua prioridade é sua família, continue. O empoderamento significa dar voz às suas prioridades e objetivos, independente do que a sociedade fale.
Estamos presentes no século XXI, isso significa que as mulheres não precisam mais abaixar a cabeça para o que não querem. As mulheres são poderosas e possuem direito de escolha.
Maternidade
Uma outra questão polêmica na nossa sociedade atual: ter ou não ter filhos? A escolha é do casal. Parece ser simples assim, não é? Mas a verdade tá bem distante disso.
A pressão não vem somente da sociedade em si, mas da família. É a sogra insistindo que quer ter um neto, é o tio que não vê a hora de brincar com as crianças, é a amiga falando que o sonho dela é ser madrinha e por aí vai. Mas nem sempre o casal quer ter filhos.
Caso você seja uma pessoa mais tradicional, isso pode ser mais chocante à primeira vista, mas aos poucos você se acostuma que a escolha não é sua. Afinal, ter filhos é uma grande responsabilidade.
E se o seu sonho é ser mãe e ainda sim continuar com a sua carreira, tenho algo triste para te dizer: você também será julgada. Então, como conversamos lá no início do post, não importa muito qual seja a sua escolha, as pessoas só querem dar a opinião delas.
Se você é mãe de três, por exemplo, vão te questionar: mas pra quê tantos filhos? Se você é mãe de um só: tá na hora de dar um irmãozinho. Se você não é mãe: tá na hora de ter filhos. Ainda bem que a escolha final é sempre nossa, não importa o que falem.
Beleza
Durante os anos da história da humanidade, a beleza das mulheres também vem se moldando. Nos anos 80, por exemplo, era estiloso demais o cabelo bem armado, as cores vibrantes. Já na década de 60, as ruas eram compostas por saias e vestidos de poá.
Atualmente, em 2022, as mulheres ainda possuem seus estilos e trazem referências dos anos anteriores, ainda vemos nas ruas as saias de poá, não é? E não tem nada de errado com isso, viu? É maravilhoso nos identificarmos com um estilo ou tentarmos produzir o nosso próprio. Porém, ainda assim, a cobrança continua.
Faça o teste: abra agora mesmo o Instagram, entre em um perfil de uma mulher com cabelo cacheado, acesse os seus stories/destaques e provavelmente você verá que ela sofreu muito com a transição capilar. As pessoas comentavam em seus posts que o seu cabelo era mais bonito antes, se questionavam por que ela não voltava para o cabelo liso (e o enchia de química com a progressiva).
Spoiler: ela agradece a si por não ter desistido da transição, apesar dos comentários, e hoje se sente bem mais bonita, livre e ela mesma com o cabelo cacheado. E se porventura essa mulher decidisse voltar para o liso, adivinha? Ela também seria julgada.
Mulheres possuem estilos próprios e expressam a sua personalidade, os seus gostos e as suas diferenças por meio da moda. Então, não devemos julgar a colega que só gosta de roupa preta ou a colega que era lisa e decidiu virar cacheada.
As mulheres podem ser mães, não ter filhos, serem profissionais na ciência, no marketing, pesquisadoras ou donas de casa. Mulheres podem ser casadas ou solteiras. Mulheres podem se relacionar com outras mulheres. Outras podem querer não se relacionar com ninguém.
As mulheres podem ser o que elas quiserem ser.
Me conta nos comentários, qual opinião não solicitada você já recebeu da sociedade? Vamos conversar <3
Letícia Linhares
@tissylinhares