Do direito ao voto à base do rosto: particularidades do feminismo negro

Do direito ao voto à base do rosto: particularidades do feminismo negro

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O feminismo é um movimento de luta pela igualdade de gênero no âmbito social, político e até igualdade salarial. O feminismo possibilitou as conquistas do passado que estão presentes até os dias de hoje e segue na luta por um futuro mais justo, mas tal movimento se apresenta de forma diferente às mulheres negras. 

     Quem não tem uma amiga que bate no peito e fala alto que é feminista, mas não reconhece a dor da mulher negra? E se você, como negra, expõe suas frustrações, angústias e medos, você se torna alguém que pratica o famoso vitimismo.

   As dificuldades que mulheres brancas enfrentam são diferentes das dificuldades das mulheres negras. O movimento feminista surgiu para representar e afirmar todas as mulheres, entretanto, com o passar de seu surgimento, é necessário destacarmos que há diversas mulheres inseridas e que formam uma pluralidade na sociedade. O que pode ser uma pauta importante para uma, pode não ter tanta relevância para outra. 

   Para você entender melhor, mulheres negras, além de sofrerem a opressão de gênero, sofrem com questões raciais. Podemos exemplificar tal afirmativa recordando o movimento sufragista americano, em que mulheres brancas conquistaram o direito ao voto em 1920, enquanto mulheres negras só conquistaram o mesmo direito em 1964 com a Lei de Direitos Civis. 

    Além de questões políticas, vamos falar também de produtos de beleza? É recente a venda dos variados tons de base para a pele preta, como também é recente os variados produtos (que não alisem) para cabelos crespos. Levanta a mão quem já ficou com o rosto cinza por não ter um produto que realmente fosse ideal para o tom de pele preto!

   Agora, vamos falar um pouquinho de ser confundida com a faxineira ou garçonete de algum estabelecimento? Profissões dignas, ok? Mas o detalhe é que nunca somos confundidas com a professora, com a médica, com a enfermeira, com a atriz, cientista, e sim sempre como alguém que exerce  uma profissão em que não é necessário estudo acadêmico… 

   Dessa forma, temos de um lado, o feminismo que enfoca questões de gêneros e acaba não dando enfoque às questões raciais referentes às mulheres negras. E do outro lado, temos o movimento negro que, de alguma forma, as inviabiliza. 

 No centro do feminismo, automaticamente, a sociedade não tem como imagem representativa uma mulher negra, mas sua heroína possui pele clara. Esta mesma sociedade, ao pensar na luta racial, não imagina ou reconhece uma mulher negra no centro de tal movimento e representatividade, logo, o sujeito que está à frente do ativismo racial é o homem negro.

   Ao olharmos para cada um dos movimentos sociais/políticos que buscam igualdade de gênero/racial, percebemos que a mulher negra não se encaixa de forma plena em algum lugar. E o que resta? Ser sujeito em seu próprio movimento social/político buscando uma igualdade de gênero/racial. Sabe quando falam “Seja protagonista na sua história”? É exatamente isso...

   O expressado no texto não possui a intenção de refletir que a luta das mulheres negras é mais importante que a luta da mulher branca, e sim apresentar que há particularidades e diferenças em cada luta. A mulher negra luta duas vezes mais. Luta contra o sexismo e contra o racismo. Mas ainda sim, reconhece-se que o movimento feminista é de extrema importância, independente da sua cor. 

   Me conta nos comentários: quais são as suas dificuldades dentro da sociedade sendo uma mulher negra? 

Amanda dos Santos

@amandha.sts

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